Exposição “Soterramento”, de Thales Bispo, estreia nesta terça (11) em Paranaguá
- paranaguacult
- 10 de nov.
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Atualizado: 25 de nov.

A partir desta terça-feira (11), às 19h, a Casa Monsenhor Celso, no centro histórico de Paranaguá, recebe a exposição “Soterramento”, do artista matinhense Thales Bispo. Ao todo, são 35 obras distribuídas em quatro salas do espaço, que exploram a paisagem, a cultura e o território caiçara do litoral paranaense.
A exposição, que segue aberta para visitação até o dia 12 de dezembro, tem curadoria de Luiz Lavalle, professor de Thales durante três anos no Museu Alfredo Andersen, em Curitiba. “Thales chegou ao ateliê com uma proposta figurativa de pintura, interessado na reprodução de cenas de basquete e retratos de pessoas", conta o curador. “De maneira inventiva, ele absorveu as referências e proposições nas aulas e as adaptou à própria pesquisa, que aos poucos se consolidou em torno da paisagem litorânea, dos sambaquis e das populações do litoral."

A curadoria optou por apresentar três subséries desenvolvidas pelo artista. Na série que dá nome à exposição, “Soterramento”, Thales usa verniz e areia para literalmente soterrar as pinturas com material coletado nas praias de Matinhos. “Eu coleto madeiras e trato, para então fazer, sobre elas, pinturas figurativas das paisagens do litoral e depois soterra-las na praia", explica o artista.
Já na série “Almas”, Thales utiliza a técnica de frottage, que consiste em colocar um tecido de algodão cru ou linho sobre uma superfície texturizada, para capturar e imprimir sambaquis, antigos monumentos feitos de ossos de animais e humanos, conchas e objetos construídos por povos tradicionais que viveram no litoral brasileiro há milhares de anos.

Thales conta que sua intenção foi imprimir seu próprio território nas telas. "Eu sempre quis que minha produção tivesse relação com aquela territorialidade, por isso eu aproximei os sambaquis na minha pesquisa", afirma. "Acho interessante poder ir até esses lugares, porque às vezes eles não estão catalogados ou preservados e existem em contextos urbanos, como em cima de parquinhos infantis ou pontos de vendas de drogas, por exemplo", completa.
Ainda sobre essas impressões de sambaquis, o artista realiza trabalhos figurativos em que aparecem pássaros típicos do território, como guarás, biguás, andorinhas e gaivotas. Para o curador, a ideia de soterramento também está presente na série de frottage. “A gente também discute a ideia dos sambaquis serem terrenos soterrados e que guardam, por milhares de anos, a história dos povos que estiveram aqui antes de nós", comenta Lavalle.
Na terceira série, intitulada “Matéria Suspensa”, o artista cria pinturas-objeto nas quais incorpora às paisagens tralhas de pesca. Nessas obras, chumbos, anzóis, boias e linhas funcionam como extensões da imagem, ativando o espaço a partir da pintura.
Serviço
Abertura: 11 de novembro, às 19h
Local: Casa Monsenhor Celso / Praça do Marco Comemorativo do Tricentenário – Centro Histórico, Paranaguá – PR
Visitação: de 11 de novembro a 12 de dezembro
Dias e horários: segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h
Entrada: gratuita


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